No dia 01 de fevereiro, trabalhadoras e trabalhadores da Petrobrás de todo o Brasil deflagraram uma forte greve para pôr fim à ofensiva privatista do governo Bolsonaro. Trata-se da maior greve já realizada na indústria do petróleo brasileiro desde 1995. O governo federal pretende vender a preço de banana não apenas a Petrobras, mas também suas empresas subsidiárias. Essa privatização terá como consequências demissões em massa, cortes salariais, supressão de direitos trabalhistas conquistados com décadas de luta, além do vertiginoso aumento dos preços de produtos essenciais para a população, como gás de cozinha e combustíveis como gasolina e diesel.
Bolsonaro, Guedes e Mourão, com apoio uníssono da grande mídia, planejam enganar a população para que se pense que a alta dos produtos derivados do petróleo no Brasil é reflexo do “alto custo” com mão-de-obra ou da suposta carga tributária “excessiva” que se pratica no país. Querem que nosso povo acredite na mentira de que esse quadro só poderá ser mudado com a privatização da Petrobras e a precarização das condições de trabalho dos operários do setor. Mas a verdade é que o único motivo dos aumentos da gasolina, do diesel, do gás, e de outros itens, é nada mais do que a sanha por lucros dos acionistas da Petrobras.
A partir do ano de 2015, a direção da empresa passou a impor, com a conivência dos sucessivos governos, a utilização do Preço de Paridade de Importação (PPI), que se trata de um esquema de entrega do mercado da Petrobras para seus concorrentes sob a alegação de que o Brasil é um “mercado de livre concorrência” e que, por isso, as distribuidoras nacionais merecem a oportunidade de importar derivados de petróleo, se quiserem.
Com o PPI, na determinação dos preços dos derivados do petróleo produzidos pela Petrobras, a estatal age como se fosse uma importadora. Ela baseia seus preços na cotação dos preços internacionais e ainda soma a eles os gastos com frete do exterior para o Brasil, os custos com internação dos produtos (gastos portuários, alfandegários, etc.), soma o custo de seguro para precaver variações cambiais e de preços e ainda atribui uma margem de lucro. Ou seja, essa política de autossabotagem é o que joga para cada vez mais alto os preços cobrados pelos combustíveis e pelo gás de cozinha, tornando a Petrobrás e o país inteiro reféns do mercado internacional e prejudicando a população e a economia do país. Os únicos beneficiados por essa medida são as megapetrolíferas estrangeiras, como ExxonMobil, Chevron, Repsol, BP, ou Shell, que cada vez mais avançam contra a Petrobras tomando seu espaço no mercado.
Para dialogar com o povo brasileiro, em várias regiões do Brasil, os operários petroleiros têm organizado manifestações, passeatas e vendas de gás de cozinha com até 50% de desconto, para mostrar como o povo poderia ter acesso a este recurso essencial a um preço justo se não fosse pela política de autossabotagem da empresa imposta pelo governo.
Os trabalhadores também têm denunciado o quanto é perigoso que uma fonte de energia não-renovável e extremamente poluente esteja nas mãos da iniciativa privada, que visa apenas o lucro de um punhado de proprietários. O recente crime ambiental de derramamento de óleo no litoral nordestino, que por ter sido obra de uma petrolífera privada estrangeira não foi investigado a fundo para que se chegassem aos responsáveis pela tragédia, foi mais um exemplo de que a privatização poderá trazer consequências nefastas não apenas para os petroleiros e demais trabalhadores, mas principalmente para o meio ambiente.
Por tudo isso, Sepe Lagos apoia incondicionalmente a justa luta dos petroleiros que defendem seus empregos e exigem melhores condições de trabalho e de vida. Eles lutam contra a política de preços imposta pelo governo à Petrobras e em defesa do petróleo brasileiro. Nosso sindicato se soma à luta por uma Petrobras 100% estatal e controlada pelos seus trabalhadores e pelas populações atingidas pela exploração do petróleo. Nossos recursos fósseis precisam estar a serviço dos interesses da maioria do povo e não do capital estrangeiro. O petróleo é nosso e a riqueza produzida a partir dele precisa estar a serviço de possibilitar mais investimentos na educação, cultura, saúde, moradia e saneamento básico para o nosso povo.
É urgente que as centrais sindicais, os movimentos estudantis e populares e o conjunto da classe trabalhadora brasileira unifiquem suas lutas para pôr fim às privatizações, demissões, cortes de direitos e contrarreformas que só favorecem aos patrões.
Abaixo a ofensiva privatista de Bolsonaro, Mourão e Guedes!
Em defesa da Petrobras e do investimento dos recursos do Pré-Sal na educação pública!
Em defesa da Petrobras e do investimento dos recursos do Pré-Sal na educação pública!
Todo apoio à greve dos petroleiros, contra a criminalização dos que lutam!
Nas escolas, refinarias ou plataformas, somos uma só classe trabalhadora!
Nas escolas, refinarias ou plataformas, somos uma só classe trabalhadora!
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