A direção do Sepe Lagos acompanhou hoje à tarde um grupo de cerca de 15 profissionais da educação da rede municipal de Cabo Frio que protestou no prédio da Secretaria Municipal de Fazenda, no centro da cidade. Eles foram cobrar satisfações do secretário da pasta, Clésio Guimarães, devido aos atrasos salariais e ao descumprimento, pela prefeitura, do calendário de escalonamentos salariais divulgado no último dia 14 de julho. Muitos trabalhadores da educação estão desde junho sem receber seus salários.
Clésio se negou a receber os educadores formalmente em sua sala. Apenas conversou com eles de maneira efusiva na escadaria da repartição pública, acompanhado do secretário-adjunto de Fazenda, Paulo César de Souza. Ambos não deram detalhes sobre a realidade financeira do município nem apresentaram dados que justifiquem o não pagamento dos servidores. Apenas afirmavam que “não há dinheiro, a arrecadação diminuiu”. Paulo César chegou a dizer que hoje foi realizado um repasse de recursos para a Secretaria Municipal de Educação (Seme). Segundo os representantes fazendários, este repasse seria “o suficiente para que a Seme quite as pendências da folha de pagamentos” desse mês. No entanto, indagados pelos trabalhadores, eles se negaram a informar qual teria sido o valor repassado e disseram que os pagamentos deverão ser realizados assim que a Seme encaminhar os depósitos nas contas dos servidores da pasta.
Frente às cobranças e questionamentos, Clésio voltou a dizer que quer abandonar da pasta. “Eu não aguento mais, vou sair da Fazenda! É muita pressão, muita cobrança!”, dizia. Há algumas semanas o secretário já havia falado algo nesse sentido às professoras aposentadas que estiveram na Fazenda para cobrar seus pagamentos. Novamente o secretário afirmou coisas como “se eu sair será pior”, “quem entrar no meu lugar não terá o cuidado e o respeito que eu tenho por vocês”, dentre outras afirmações pouco precisas e que revelam que, sem argumentos, tudo o que ele faz é fugir da discussão sem apresentar nenhuma solução concreta.
A direção do Sepe Lagos avalia que a postura do secretário é irresponsável, como se não pudesse ser cobrado pela administração que ele faz parte desde o início do mandato, além de ter passado, com cargo de confiança, por vários governos que desviaram recursos e precarizaram os serviços públicos de Cabo Frio. O município, além de não pagar em dia os trabalhadores, descumpre os já absurdos calendários de escalonamento sem apresentar qualquer justificativa e, quando os responsáveis são cobrados, sempre acontece esse “jogo de empurra” em que um secretário atribui a outro a responsabilidade pelos atrasos salariais frequentes, em que não esclarecem as dúvidas dos trabalhadores e dos dirigentes do sindicato e nem apresentam dados que justifiquem esta política criminosa de atrasos e escalonamentos salariais rotineiros.
Este cenário não se justifica em razão da pandemia, pois tem sido a prática deste governo há desde junho de 2018. A folha de comissionados, com a distribuição de cargos com critérios políticos, inchou a folha salarial ainda mais no último ano.
Ficou acordado reunião amanhã com o secretário Clésio para que haja apresentação dos dados de arrecadação e folha de pagamento ao Sepe Lagos. Os profissionais da educação precisam participar em peso das plenárias e assembleias online convocadas pelo Sepe Lagos e intensificar sua mobilização, caso contrário esta situação não mudará.
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