Escolas fechadas, vidas preservadas: construa a 1ª Plenária Unificada de Todas as Redes de Ensino do Sepe Lagos

 

A 1ª Plenária Unificada de Todas as Redes de Ensino do Sepe Lagos está prevista para acontecer na próxima sexta, dia 21 de agosto, às 18h30, por meio do aplicativo Zoom

 
O Sepe Lagos conclama todos os trabalhadores em educação das redes Municipais e também da rede Estadual de ensino de Armação dos Búzios, Arraial do Cabo e Cabo Frio, a resistirem ativamente ao retorno ao trabalho presencial nas escolas, neste momento tão dramático da pandemia da Covid-19.

Para isso, o sindicato orienta a todos que realizem reuniões de base, reunindo os profissionais de cada unidade escolar e de todas as funções (sejam elas docentes, administrativas ou pedagógicas), para que debatam junto aos seus colegas as condições para o retorno ao trabalho presencial. Nestas reuniões, cada escola deverá eleger um delegado e um suplente, que participarão da 1ª Plenária Unificada de Todas as Redes de Ensino do Sepe Lagos. Por isso, é importante que estas reuniões de cada unidade escolar aconteça antes da próxima sexta-feira (21/8).

O intuito desta iniciativa é fomentar que se realizem debates democráticos e livres da pressão dos dirigentes escolares e dos agentes da Secretaria Municipal de Educação (Seme) sobre a real situação das escolas em termos de segurança sanitária, infraestrutura, corpo docente e de funcionários, dentre outros aspectos que envolvem a possibilidade de retorno ao trabalho.

O Sepe Lagos recomenda que estas reuniões debatam as condições seguras para o retorno às aulas e utilizem três documentos fundamentais para essa discussão:

a) O “Manual sobre biossegurança para reabertura de escolas no contexto da Covid-19”, elaborado recentemente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — disponível aqui: http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/manual_reabertura.pdf

b) Os documentos do Ministério Público sobre o planejamento de reabertura das escolas, enviados para todas as redes municipais de ensino — disponíveis aqui:

 
        • Recomendação nº 12/2020, de Cabo Frio:
 
        • Recomendação nº 13/2020, de Armação dos Búzios:
 

        • Recomendação nº 15/2020 de Arraial do Cabo:

c) O manifesto organizado e assinado por mais de 30 entidades de profissionais de educação, profissionais da área de saúde pública, assistência social e demais trabalhadores, movimento estudantil, responsáveis de alunos, que baseado nas orientações do Organização Mundial da Saúde e da Fiocruz, apresenta um conjunto de medidas e condições de segurança, sem as quais não é possível tratar de retorno às atividades presenciais nas escolas — disponível aqui: http://www.seperj.org.br/admin/fotos/boletim/boletim3490.pdf
 

Passo a Passo

Saiba como organizar a reunião na sua escola e escolher seus representantes (um delegado e um suplente) para a 1ª Plenária Unificada de Todas as Redes

1 – Organize uma reunião na sua escola com trabalhadores da educação de todas as funções. Não se esqueça de dar oportunidade de todos saberem da reunião para possibilitar ampla participação. Você pode usar ferramentas como WhatsApp ou email para a convocar seus colegas;

2 – Avise ao sindicato a data/horário/aplicativo da reunião na sua escola pelo WhatsApp da imprensa do Sepe Lagos — (22) 99104-8910. O sindicato poderá ajudar com a divulgação se você solicitar;

3 – Disponibilize os documentos recomendados para discussão. Você pode repassar aos seus colegas o link deste post, onde se encontram todos os documentos;

4 – Faça a reunião por um dos aplicativos disponíveis para videoconferência, como Google Meet, Zoom, Jitsi, etc. Dica: dê preferência aos aplicativos gratuitos, como Jitsi Meet ou Google Meetnomes, números de WhatsApp e endereços de email dos 2 representantes (titular e suplente) que vocês elegeram para participar a 1ª Plenária Unificada de Todas as Redes de Ensino do Sepe Lagos. Se preferir, você pode criar documento de texto do Word com essas informações e colar as fotos de “print” logo depois do texto;

7 – Envie para o Sepe Lagos, o documento com o registro e prints/fotos no formulário de inscrição que estará disponível para a plenária no blog do Sepe: https://blogsepelagos.blogspot.com/.

Importante: Essa discussão e representação é dos servidores. Representantes que são do conselho escolar podem também ser eleitos como qualquer outro da categoria, mas o conselho não determina a representação dos servidores automaticamente. É importante que seja feita uma reunião própria da categoria.

 
Obs.: As trabalhadoras e trabalhadores aposentados e pensionistas que quiserem participar da “1ª Plenária Unificada” poderão se inscrever diretamente no formulário que será disponibilizado nas redes sociais e no blog do Sindicato ao longo da semana, sem necessidade de participar das reuniões de base das unidades escolares.

Por que é necessária uma plenária unificada de todas as redes?

Neste momento crítico da pandemia todas as esferas de governo empreendem uma verdadeira ofensiva para impor a reabertura das unidades de ensino sem que haja o mínimo de controle da pandemia do Covid-19. Ainda não há previsão de quando haverá remédios ou vacinas eficientes para combatê-la. Em todas as cidades nas quais iniciaram processos de flexibilização parcial das medidas de isolamento físico, o número de casos de pessoas infectadas e de óbitos voltou a crescer de maneira vertiginosa. A doença já contaminou mais de 3 milhões de pessoas em todo o Brasil e exterminou mais de 106,5 mil vidas. A maioria das vítimas são trabalhadores negros, pobres e moradores das periferias. Muitos deles não tiveram a opção de se isolar e não conseguiram receber o miserável auxílio emergencial de 600 reais oferecido pelo governo como se fosse “um favor”.

Essa ofensiva dos governos por afrouxar até o limite o isolamento físico para permitir o “bom funcionamento do mercado” responde aos interesses das grandes empresas, e não dos educadores ou dos responsáveis por alunos. Para que essa flexibilização genocida aconteça, a escola cumpre um papel fundamental. Para os empresários, as unidades escolares não são mais que “depósitos de crianças” que possibilitarão que os trabalhadores estejam 100% disponíveis para o trabalho. Por sua vez, para os proprietários de instituições privadas de ensino, as escolas não são mais que fábricas de boletins e diplomas que precisam voltar a “produzir” para continuar engordando seus lucros.

Os veículos de comunicação de massa e os governos estão, agora, intensificando uma campanha pela reabertura das unidades escolares em que se fala em “preocupação com os prejuízos no aprendizado das crianças devido ao isolamento” e até nos malefícios do isolamento social para a saúde mental das crianças. Mas quem trabalha no dia-a-dia das escolas, sobretudo na rede pública de ensino, tem plena consciência de que os governos jamais se importaram com a qualidade da aprendizagem proporcionada aos alunos e menos ainda com sua saúde mental.

Isso é evidente desde os baixos salários pagos aos profissionais da educação, que são cotidianamente desestimulados a evoluírem profissionalmente devido às péssimas condições de renda e de trabalho. E também pelo próprio abandono da infraestrutura escolar, com problemas estruturais na construção das escolas, com instalações elétricas inseguras, com salas de aula e demais dependências pequenas e mal ventiladas, muitas vezes sem janelas, com escassez de móveis, com a ausência de uma climatização adequada para garantir o bem estar dos educadores e dos alunos, com a péssima qualidade da merenda escolar, com a precariedade da limpeza, com a falta de insumos básicos para garantir a higiene, como sabonete e papel higiênico nos banheiros, dentre muitos outros.

O que os governos querem é reabrir as escolas para intensificar a reabertura da atividade econômica, mesmo que isso signifique colocar as vidas dos educadores e das comunidades escolares em risco. Bolsonaro, Witzel e prefeitos corruptos como Adriano Moreno (DEM, Cabo Frio), André Granado (MDB, Armação dos Búzios) e Renatinho Vianna (Republicanos, Arraial do Cabo) atuam no sentido de colocar a manutenção dos lucros das empresas à frente da defesa das vidas. É preciso dar um basta à essa política, que apenas ampliará o genocídio já praticado com subfinanciamento do sistema público de saúde e com a recusa dos patrões e dos governos em garantir o direito à quarentena geral à população como um todo e também em não proporcionar a segurança sanitária aos trabalhadores que atuam em atividades essenciais.

Nossa resposta a isso tudo deve ser a mesma em todas as redes. Por isso é urgente e necessária uma plenária unificada!

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