Profissionais da educação de Cabo Frio aprovam Greve Pela Vida, que em razão da legislação de greve terá início no sábado (10/10)

Apesar de que pela primeira vez em mais de 1 ano o prefeito Adriano Moreno (DEM) tenha anunciado que os pagamentos dos salários dos profissionais da educação serão pagos em dia, os trabalhadores estão em uma luta de vida ou morte para que as escolas não se tornem espaços de contaminação pelo novo coronavírus.

Em uma nova Assembleia Online dos profissionais da educação de Cabo Frio, realizada na noite desta terça-feira (6/10) por meio do aplicativo de videoconferência Zoom, os trabalhadores decidiram, sem nenhum grupo contrário, deflagrar uma nova greve em defesa de reivindicações sanitárias no contexto da pandemia do novo coronavírus. Foi decidida a deflagração de uma “Greve Pela Vida”, tal como já acontece em Armação dos Búzios e em outros municípios do estado, além da Rede Estadual. A greve é voltada aos profissionais que forem convocados para o retorno ao trabalho presencial nas unidades escolares.

Nesta quarta-feira (7/10), às 10h da manhã, a diretoria colegiada do Sepe Lagos realizará uma plenária para debater encaminhamentos complementares ao movimento da Greve Pela Vida. Basta se inscrever neste formulário para participar: https://forms.gle/WEzTx5hSBZx3C2ax6.

Mantendo as orientações norteadoras das “Greves pela Vida”, formuladas pelo Sepe-RJ, e em razão da legislação de greve em vigor, a categoria cumprirá as 72h de prazo para notificação à prefeitura de Cabo Frio, o que define que a greve terá início a partir do sábado (10/10), data a partir da qual os profissionais não deverão mais atender às convocações dos diretores escolares para o retorno ao trabalho presencial nas escolas.

A decisão se deu após o secretário de educação Ian Eduardo de Carvalho não cumprir com sua palavra. Em audiência com o Sepe Lagos — que foi gravada e está disponível para qualquer trabalhador consultar — o secretário prometeu que formularia uma proposta de documento para formalizar quais profissionais teriam, em razão das funções que desempenham, que retornar a trabalhar no interior das unidades escolares mesmo neste contexto da pandemia. O Secretário se comprometeu a apresentar esse documento como proposta para apreciação pela categoria até o dia 6 de outubro. No entanto isso não aconteceu e desde então o secretário não atendeu mais às tentativas de contato  do sindicato para justificar o não cumprimento dessa promessa.

Hoje a Secretaria Municipal de Educação (Seme) deixa sob responsabilidade dos diretores escolares definir quais profissionais devem trabalhar presencialmente. Fica sob responsabilidade deles definir a escala de trabalho e até mesmo adquirir os equipamentos de proteção individual (EPIs) para os trabalhadores, mesmo sem a existência de um protocolo de segurança sanitária formalmente estabelecido pela prefeitura para o funcionamento das escolas municipais neste momento de crise sanitária. Ou seja, a Seme se esquiva da responsabilidade de planejar um retorno ao trabalho presencial com o mínimo de segurança e deposita o ônus pelas possíveis consequências dessa irresponsabilidade nas costas dos diretores, que estão sendo usados pela prefeitura para impor a reabertura das escolas a qualquer custo.

Cabe lembrar que o secretário Ian de Carvalho descumpriu as negociações feitas com o Sindicato, além de não confirmar até o momento a suspensão dos descontos, não apresentou proposta de desconvocação dos profissionais, mesmo depois do encerramento da greve anterior no dia 01/10/2020 (a categoria estava desde antes da pandemia parada já por causa dos atrasos de salário). Até o dia 06 a SEME e seu secretário Ian não atenderam ligações, não responderam ofícios nem mensagens dos diretores do Sindicato. Por isso a categoria sem opção entrou em nova greve com pauta de Greve Pela Vida.

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