Há cerca de uma semana circula nas redes sociais convocatórias que pretendem enganar profissionais da educação que foram demitidos em Cabo Frio, no mês de abril deste ano. Propõem a constituição de uma “associação” corporativista, ou seja, uma entidade que defenderia apenas um segmento dos profissionais da educação da região dos Lagos.
A alegação dos oportunistas que estão impulsionando a entidade é de que teriam mais chance de barganha se atuarem em separado ao restante da categoria da educação. Um discurso típico de uma entidade de fachada, que praticamente só existirá no papel, servindo mais para promover algum oportunista de plantão com pretensões de se projetar para o Governo Municipal.
A proposta daqueles que divulgam a associação já é de se “aproximar” do próximo governo. Justificando que vão ter a “amizade” com políticos e figuras públicas. Só não explicam como a defesa feita por todos os profissionais da educação pode ser de menor força que uma suposta associação isolada para“representar” esses trabalhadores.
O Sepe Lagos alerta que a iniciativa de fundação burocrática de uma entidade construída apenas com a finalidade de promover politicamente alguma figura que não esteve presente em nenhuma das mobilizações dos trabalhadores demitidos nos últimos meses, é apenas mais uma manobra de oportunistas. Se aproveita do desespero de trabalhadores que estão vivendo o drama do desemprego devido à política criminosa de governantes como Adriano Moreno (DEM), que colocam os lucros e os desvios de recursos públicos acima da vida.
Devemos nos perguntar em qual fórum de debate amplo a criação de uma nova entidade foi pautada. A situação dos demitidos tem sido debatida frequentemente nas assembleias e plenárias da categoria e esse tipo de falsa “solução” jamais foi sugerida pelos próprios demitidos. Trata-se de uma manobra divisionista que segue o expediente característico dos burocratas e oportunistas sindicais: criam atas e fundam entidades de fachada para recolher dinheiro e barganhar privilégios políticos com governantes.
Os profissionais da educação de Cabo Frio já experimentaram o engodo que significa esse tipo de divisionismo com a arqui-pelega associação dos aposentados, que participou do golpe contra a diretoria eleita do Ibascaf e que não move uma palha em prol da categoria, não participando dos atos e mobilizações dos aposentados e mantendo uma relação de passividade frente ao governo Adriano.
Na contramão dessa lógica dos burocratas sindicais e seus aparatos “de gaveta”, em todos os municípios onde o Sepe Lagos atua, o sindicato esteve presente como ferramenta de luta destes trabalhadores. Buscou denunciar estas demissões desumanas, tomadas em plena pandemia, por meio de várias publicações, transmissões ao vivo nas redes sociais, participações em programas e reportagens na imprensa, no rádio e na TV, tomando medidas jurídicas, realizando campanhas de solidariedade de classe para distribuição de alimentos, fazendo audiências com os governos e com o MPT, organizando atos públicos, carreatas, plenárias, assembleias, etc.
Infelizmente a condição atual de pandemia dificulta muito a nossa resistência e estes trabalhadores vivem uma situação muito difícil, mas definitivamente o que não faltou nos últimos meses foram ações e iniciativas do sindicato para defendê-los.
Em Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo o Sepe Lagos se colocou desde o primeiro momento a serviço de fortalecer a mobilização dos profissionais demitidos. É um ponto de apoio para aqueles que demandam o direito ao auxílio emergencial, mas que até hoje enfrentam problemas devido à não desvinculação funcional ao poder público. Exemplo recente disso acontece, em Arraial do Cabo, onde os educadores também enfrentam demissões em razão de uma vingança política do candidato derrotado Renatinho Vianna (do partido bolsonarista Republicanos).
O Sepe Lagos se pauta pela defesa da classe trabalhadora e não pelos interesses eleitorais de qualquer político. Por isso, seguirá mobilizando a categoria por todas as suas demandas. Lutamos contra as demissões e em defesa dos direitos dos demitidos, pela convocação dos servidores concursados de 2009, pelo fim dos atrasos e escalonamentos salariais, cobramos na justiça e nas ruas as dívidas e atrasos dos aposentados… estas e muitas outras pautas nunca deixaram de ser cobradas do governo caloteiro de Adriano Moreno (DEM) e seguirão sendo reivindicadas com a mesma combatividade e independência frente a qualquer outro governo que venha a assumir a Prefeitura.
Os profissionais da educação que foram demitidos sabem que foram e serão defendidos pela única entidade representativa que possuem: ela é o Sepe Lagos, um sindicato sólido que atua em base à democracia — com ampla participação dos seus trabalhadores em assembleias e plenárias — com total independência política frente a partidos, governos e empresas. Um sindicato que aposta na mobilização e não em fazer “lobby” com políticos. Orientamos que não se deixem levar pela falsa esperança de que o atrelamento ao novo governo e a divisão dos trabalhadores pode ser solução para a situação revoltante que estão vivendo.
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