Covid-19 leva à interdição escolas municipais em Cabo Frio e até a sede da Secretaria de Educação de Búzios

Nesta quinta-feira (11) três escolas municipais de Cabo Frio foram interditadas em razão da rápida incidência da Covid-19 entre profissionais que estão trabalhando presencialmente nas unidades de ensino. No final de 2020 isso já tinha ocorrido na Escola Municipal Professora Marília Plaisant, no bairro Jardim Esperança. Agora, estão fechadas a Escola Municipal de Educação Infantil Professora Dalcy Barroso Pillar, a Escola Municipal Prof.ª Alitta Maria do Valle e a Escola Municipal Domingos Gouvêia. Em Búzios, a própria sede da Secretaria Municipal de Educação, Esporte Ciência e Tecnologia (Semed) foi interditada neste mesmo dia após vários funcionários testarem positivo para a Covid-19. Isso acontece logo após o prefeito Alexandre Martins (Republicanos) publicar decreto que “libera geral” para que patrões do ensino privado retomem as aulas presenciais em modelo híbrido.

Apesar de a Covid-19 continuar se propagando sem que os governos tomem medidas efetivas para o controle da situação epidemiológica, profissionais da educação têm trabalhado de maneira presencial em diversas escolas de Cabo Frio, Armação dos Búzios e Arraial do Cabo desde o ano passado. Essa política irresponsável tem gerado surtos de contágio pelo novo coronavírus mesmo sem a retomada das aulas presenciais.

Em Búzios, a liberação da presencialidade nas escolas particulares se deu com a publicação de um decreto determinando um protocolo sanitário que não levou em conta o que pensam os trabalhadores da educação nem as recomendações das instituições científicas. A medida não foi debatida no Conselho Municipal de Educação. O texto chega ao absurdo de considerar que uma sala de aula que não tenha janelas mas que funcione com pelo menos a porta de acesso aberta tem ventilação adequada para receber alunos em plena pandemia.

Empresários do ensino privado, vereadores oportunistas e integrantes dos distintos governos municipais da região afirmam com a típica convicção dos tolos que a retomada das aulas presenciais nas escolas, tanto na rede pública como na rede particular, não será agravante na propagação do novo coronavírus. Mas a realidade é implacável e está demonstrando que esse posicionamento é uma falácia.

As prefeituras da região ocultam o fato de que pouco ou quase nada foi investido em obras, reparos e adaptações da infraestrutura das unidades escolares para adequá-las à situação da pandemia, mesmo após mais de 10 meses de duração da crise sanitária. E como se não bastasse, esses mesmos governos fecham os olhos para a realidade de que as demissões em massa de educadores inviabilizaram não apenas o cumprimento dos protocolos sanitários para aulas presenciais, mas até mesmo o atendimento dos alunos no contexto das atividades remotas.

Em Búzios a postura de ocultamento da situação é tão gritante que no “comunicado oficial” da Semed em que informam sobre a interdição da sede da secretaria, as palavras “novo coronavírus” ou “Covid-19” sequer são mencionadas.

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O Sepe Lagos alerta aos trabalhadores da educação, aos estudantes, às mães, pais e responsáveis por alunos que os casos recentes de contágio nas escolas e nos demais órgãos públicos apenas reafirmam uma realidade que, embora seja muito inconveniente aos governos e aos empresários, é incontornável. A retomada das aulas presenciais significa a intensificação da circulação do novo coronavírus pela cidade, não apenas no ambiente escolar mas nos municípios de modo geral. Teremos um contingente muito maior de pessoas utilizando o transporte público e transitando pelas ruas, e isso inevitavelmente desembocará num aumento do número de contágios, sobrecarregando os estabelecimentos públicos e privados de saúde, e levando mais pessoas à óbito pela Covid-19.

Por isso, reforçamos o chamado a todos os educadores para que participem da Greve Pela Vida, que interrompe neste momento apenas o trabalho presencial. E pedimos à toda a população a compreensão e o apoio à luta dos educadores por condições de segurança sanitária nas escolas e pela vacinação das comunidades escolares.