Aqueles a favor da reabertura das escolas dizem: “Imagina se todos parassem igual aos professores?”.
Imaginamos! Se isso acontecesse, não chegaríamos ao ponto em que estamos. Mas alguns não podem parar, pois sua profissão está diretamente ligada a atender as demandas da pandemia, em especial os setores de saúde, transporte e alimentação. No entanto, os que podem parar contribuirão para que a pandemia vá sendo controlada e assim poderemos voltar ao trabalho presencialmente, tendo garantida todas as medidas sanitárias que resguardam a segurança dos trabalhadores, alunos e comunidade em geral. O Brasil é o pior país do mundo no combate à pandemia, devido à falta de políticas sérias de isolamento e à lentidão na implementação do plano de vacinação.
As políticas nefastas desse modelo de sociedade são culpadas de a grande maioria da população ser refém de vínculos empregatícios precários e frágeis e da alta taxa de desemprego.
Nós, servidores públicos, temos o direito constitucional de fazer greve. E sim, estamos exercendo este direito.
Temos por obrigação resistir e nos negar a assinar embaixo do genocídio em curso em nosso país. E com isso, em grande medida preservar a vida e a saúde de um imenso número de pessoas.
Nosso papel é servir a população. Queremos lutar pelo bem estar de todos, e uma de nossas ferramentas é a greve.
Nunca tivemos um motivo tão legítimo para fazê-la! Não é por nós apenas, é por todos!
Enquanto o ritmo de vacinação continuar lento, o auxílio emergencial não estiver sendo distribuído e praia, festa, academia, bar, restaurante e ônibus estiverem cheios, mais milhares de mortos teremos.
Não queremos compactuar com isso.
Exigimos segurança para todos, alunos e trabalhadores. Atividade à distância é mais seguro!
Até abril, quando começará o ano letivo de 2021, a prefeitura de Búzios terá tempo suficiente para se preparar. Poderá investir em tecnologia e em obras que garantam segurança sanitária nas unidades escolares para quando for possível o retorno.
Nada substitui a escola na formação de uma criança ou jovem, a interação é fundamental para o aprendizado e socialização. Mas entrar em uma escola na pandemia, é transformar esse lugar tão especial em um local de pavor, conflitos e mortes!
A greve é pela vida de todos: alunos, trabalhadores da educação e familiares. Experiências no Brasil e no mundo comprovaram que quando as escolas abrem, os casos de Covid aumentam, com ou sem alunos. Abrir escolas aumenta o fluxo de pessoas nos transportes públicos.
Exemplos não faltam em cidades próximas como Cabo Frio e Rio de Janeiro ou mesmo em Búzios: a secretaria de educação precisou fechar devido a algumas pessoas testarem positivo para Covid.
Ou seja, basta algumas pessoas conviverem em um mesmo local e pronto: o surto pode acontecer e o risco de morte é real. Passamos das 250 mil mortes no Brasil. Até agora já morreram quase mil pessoas na Região dos Lagos.
“Mas vocês podem trabalhar com todos os cuidados!” Alguns dirão. De que cuidados estamos falando se a prefeitura não nos oferece os EPIs (como máscaras eficientes, protetor facial, relegando a distribuição apenas para o álcool em gel)?
Temos insistido em dialogar com a prefeitura, mas ela não quer nos ouvir. Enquanto os governantes querem que acreditemos que a responsabilidade é individual, que é cada um por si, estamos aqui para lembrar que podemos resistir e nos negar a usar nossos corpos para dar o “jeitinho brasileiro”.
Voltar pra escola só com vacina! Defendemos vacina para todos!
Tablet e internet enquanto a vacina não vem!
Cobre os vereadores e a prefeitura.
Vamos dizer não à indiferença e ao ato de negar os efeitos trágicos da pandemia!
Cada vida importa!
Deixe uma resposta