Participe do ato simbólico dos educadores de Búzios em defesa da vida!

Manifestação terá homenagem aos trabalhadores da educação vítimas da COVID-19 e ocorrerá na quarta, 7 de julho, às 10h, em frente à Escola José Bento, em Manguinhos.

A quantidade de mortes diárias por Covid-19 no Brasil é equivalente à queda de 10 aviões de grande porte, como o Boeing 737. As taxas de transmissão do coronavírus ainda se encontram em níveis críticos. A flexibilização de medidas preventivas, mesmo em países que alcançaram resultados muito melhores que a tragédia brasileira, tem levado à preocupante disseminação das variantes do coronavírus. A mutação “Delta”, a mais preocupante identificada até agora, é ainda mais contagiosa e letal. Por consequência da política genocida e corrupta de Bolsonaro na aquisição de vacinas, o Plano Nacional de Imunização anda a passos de tartaruga. Apenas cerca de 12% do povo brasileiro recebeu as duas doses da vacina ou a imunização em dose única.

Neste contexto caótico, as aulas presenciais representam um enorme risco à saúde e às vidas de toda população. Em Búzios, o Sepe Lagos, sindicato dos trabalhadores das escolas municipais e estaduais, tem tentado negociar com a Secretária de Educação Carla Natália Marinho. Foram inúmeras solicitações de audiência desde que o prefeito bolsonarista Alexandre Martins (PL) assumiu a administração municipal, há mais de 180 dias. Porém, a postura da secretária tem sido de tentar deslegitimar a representação sindical dos educadores e tentar jogar a população contra quem luta em defesa de condições seguras para o retorno às aulas presenciais.

Carla Natália se recusa a implementar medidas básicas para que o retorno às aulas seja seguro. Até hoje a prefeitura não disponibilizou os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) apropriados para este grave contexto pandêmico, como máscaras PFF2 e os protetores faciais (face shields). Também não investiu nem 1 centavo em obras para adaptar a precária infraestrutura das escolas à situação epidemiológica, que exige intervenções para uma correta ventilação dos ambientes escolares, adaptação de bebedouros, instalação de lavabos, adaptação de banheiros, refeitórios, cozinhas, áreas de convivência, etc.

A prefeitura também se recusa a negociar com o sindicato a construção de protocolos sanitários que sejam realmente eficientes e alinhados às recomendações mais recentes da comunidade científica. O mal chamado “protocolo sanitário” elaborado pela secretaria é tão desatualizado e desconectado da realidade que sequer prevê o fornecimento de EPIs aos trabalhadores e ainda carrega concepções do início da pandemia, quando ainda se acreditava que a principal forma de contaminação era o contato com superfícies contaminadas e não a inalação de partículas/gotículas respiratórias infectadas pelo vírus, como está comprovado atualmente.

Ninguém mais que os trabalhadores da educação sentem falta da presencialidade, do contato afetuoso com os alunos, das experiências pedagógicas possíveis em sala de aula. Porém neste momento nada é mais importante que preservar a saúde e as vidas de todas as comunidades escolares (dos alunos, dos seus familiares, dos servidores administrativos, dos docentes). A luta dos profissionais da educação nunca foi “contra o trabalho”, mas em defesa da vida. Pelo contrário, todos têm trabalhado com muito mais intensidade do que em tempos pré-pandêmicos para garantir as atividades remotas e o atendimento aos estudantes, inclusive tendo que arcar com todos os custos que essa modalidade de trabalho exige.

O que os educadores querem é que o retorno aconteça quando for seguro, pois as escolas não foram feitas para se transformarem em espaços de medo, ansiedade, tristeza e luto.

Em defesa de políticas públicas que tornem o retorno seguro possível, convidamos todos os trabalhadores da educação, estudantes, mães, pais e responsáveis por alunos, a participarem de um importante ato simbólico. Será na quarta-feira, 7 de julho, às 10h, em frente à Escola Estadual Municipalizada José Bento Ribeiro Dantas, no Bairro de Manguinhos, na avenida principal da cidade. Queremos que toda a população conheça a realidade que estamos enfrentando e lute ao nosso lado por condições seguras para que o retorno à presencialidade não se torne mais uma tragédia anunciada.

No túmulo, ninguém aprende e ninguém ensina!

Contra o retorno às aulas presenciais sem condições de segurança sanitária, EPIs apropriados, infraestrutura e controle da pandemia!

Em defesa da saúde e das vidas de todas as comunidades escolares!

Em memória dos trabalhadores da educação vítimas do coronavírus!

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