Na noite da última sexta-feira (15), Dia das Professoras e Professores, os profissionais da educação de Armação dos Búzios se reuniram por meio de videoconferência para a realização de mais uma Assembleia. Participaram vários trabalhadores do Colégio Municipal Paulo Freire e de outras unidades de ensino do município. Também acompanharam a assembleia para fazer saudações aos educadores e colaborar com a mobilização representações do movimento estudantil, de associações de bairro, de mães e responsáveis por alunos, de coletivos ambientalistas, do movimento feminista, ativistas culturais, dentre outros.
União da comunidade provoca um aparente recuo
Na assembleia foram dados informes sobre a importante mobilização realizada no dia anterior (quinta-feira, 14) em frente ao Colégio. Também sobre a reunião que ocorreu no interior da unidade de ensino. Juntos os trabalhadores avaliaram as falas e a postura da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seme). Na ocasião a pasta esteve representado pela própria secretária a comanda, Carla Natália Marinho, que foi surpreendida pela rápida mobilização da comunidade.
A avaliação geral da categoria foi de que essa ação conjunta, que teve o formato de um Sarau Poético, realizada pelo Sepe Lagos, o ServBúzios (Sindicatos dos Servidores Municipais), a Umeab (União Municipal dos Estudantes de Armação dos Búzios) e diversas outras entidades e movimentos populares da cidade, bem como os pertinentes questionamentos feitos pela comunidade escolar durante a reunião, foram fundamentais para pressionar a Seme a recuar em sua política de tentar convencer os trabalhadores sobre a suposta “necessidade” da estadualização.
Educadores exigem transparência e amplo debate
Frente à insatisfação dos educadores e da comunidade, a secretária teve que se comprometer a dar mais transparência à discussão em curso com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), com a realização de uma Audiência Pública em que toda a população possa participar. A secretária também se comprometeu a agendar “o mais rápido possível” uma audiência conjunta com o MPRJ que conte com a participação de uma comissão de representantes dos trabalhadores do colégio, dos sindicatos que representam a categoria, dos estudantes e dos responsáveis por alunos.
A assembleia dos educadores decidiu cobrar o governo, oficialmente e também por meio das redes sociais, para que a Seme cumpra os compromissos firmados na reunião.
Salve o Paulo Freire: força total para mobilizar o povo buziano
Para ampliar essa já vitoriosa mobilização, os educadores decidiram retomar a articulação unitária dos diversos setores interessados em defender o Colégio por meio da Frente “Defenda a Educação em Búzios”. Esta iniciativa em 2018 possibilitou a unidade de ação dos sindicatos da categoria, da comunidade escolar e de diversas entidades e movimentos populares do município.
Juntos os integrantes dessa Frente protagonizaram naquele ano uma mobilização histórica que foi capaz de impor à Prefeitura — comandada pelo ex-prefeito André Granado (MDB), condenado por improbidade administrativa e afastado do cargo de prefeito mais de 11 vezes — a manutenção do Ensino Médio Municipal no C. M. Paulo Freire e no Inefi (Instituto Educacional de Habilitação Profissional e Formação Integral, localizado no bairro Rasa).
Confira as principais deliberações aprovadas na Assembleia dos educadores de Búzios:
• Cobrar a realização da Audiência Pública sobre a estadualização C. M. Paulo Freire e o Ensino Médio Municipal, que a secretária Carla Natália Marinho se comprometeu publicamente a articular, na reunião desta quinta-feira no Colégio;
• Solicitar a audiência com o MPRJ;
• Solicitar Audiência com a Prefeitura e a Seme;
• Retomar a articulação da frente “Defenda a Educação em Búzios”;
• Elaborar vídeo de resposta às falácias do prefeito sobre a estadualização, bem como outros conteúdos audiovisuais em defesa do Colégio;
• Elaborar um Manifesto (panfleto) em defesa do C. M. Paulo Freire e do Ensino Médio Municipal;
• Formar uma comissão para levantamento dos dados orçamentários da educação em Búzios;
• Articular a discussão sobre a estadualização associando esta medida também ao retrocesso que representará a Reforma do Ensino Médio, que precariza a qualidade do ensino, o trabalho docente, o aluno e a escola, e que está em fase avançada de implementação na Rede Estadual;
• Realizar aulas públicas sobre o Ensino Médio Municipal e a defesa do Paulo Freire.
• Terça-feira, 19/10/2021, 18h30 — Reunião Online da Frente “Defenda a Educação em Búzios”, por meio do aplicativo Zoom. Inscrição por meio do formulário: https://forms.gle/inYoxX3VFFtfYuKn7
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