Monitoras do Transporte Escolar podem parar por abusos da prefeitura de Cabo Frio

Paralisação de 24h poderá começar na segunda-feira (21). As Monitoras tentam de todas as formas dialogar com o governo para evitar esta situação, mas sem sucesso. Elas contam com a compreensão e solidariedade dos alunos e responsáveis.

Na Rede Municipal de Educação de Cabo Frio há profissionais que são fundamentais para a rotina dos alunos, mas que são invisibilizadas e sofrem com a constante precarização de suas condições de trabalho. São as Auxiliares de Serviços Gerais (ASGs) que exercem a função de Monitoras no Transporte Escolar. Elas acompanham nossas crianças durante as viagens de ida e volta das escolas nos períodos da manhã e tarde, zelando pela integridade física e moral dos alunos da rede municipal.

Em abril de 2021 houve mudança de comando na Subsecretaria de Educação de Tamoios (2º Distrito de Cabo Frio), medida tomada pelo ex-secretário de educação Flávio Guimarães (PT), exonerado pelo prefeito. Com isso, a partir de agosto desse mesmo ano, as Monitoras do Transporte Escolar passaram a ser forçadas a trabalhar todos os dias em jornadas exaustivas, de mais de 12h de duração.

A secretária adjunta de Educação em Tamoios, Izabel Cristina Almeida de Paulo (subordinada à secretária de educação Elicéa da Silveira), alterou suas rotas de trabalho, aumentando a carga horária. Antes, as Monitoras do Transporte Escolar trabalhavam por 12h, porém em escala alternada, ou seja, “dia sim e dia não”. Dessa maneira, apesar das jornadas extensas, não havia sobrecarga de trabalho e elas ainda recebiam as horas extras devidas.

Condições indignas

Agora, com as mudanças arbitrárias impostas pela Prefeitura, além de não receberem todas as horas trabalhadas elas também não têm um espaço adequado para seguir o trabalho entre uma rota e outra. Hoje elas trabalham em ônibus superlotados. Em muitas regiões da cidade os alunos são obrigados a viajar de pé nos ônibus escolares e não há Monitoras em número suficiente em todos os ônibus; o correto seria ter pelo menos duas profissionais em cada veículo.

Falta de pessoal

Hoje as monitoras trabalham sozinhas, mesmo nos veículos que transportam bebês para as creches. Os alunos com necessidades especiais também não recebem um atendimento personalizado em razão do baixo número de Monitoras trabalhando.

Além disso, os ônibus não iniciam seu itinerário partindo da Subsecretaria Educação de Tamoios. Isso faz com que elas tenham que fazer grandes deslocamentos a pé. Por esse motivo muitas delas, que são idosas e sofrem de enfermidades musculares e ósseas, tem visto sua qualidade de vida piorar.

Sem reajuste

Ao contrário do que ocorreu com as outras Auxiliares de Serviços Gerais, as Monitoras do Transporte Escolar não receberam o reajuste salarial de pouco mais de 10% concedido pela Prefeitura. Não há processo seletivo e nem concurso para o cargo de Monitoras Escolares, por isso elas ficam numa situação de insegurança jurídica, contratadas como ASGs.

A direção colegiada do Sepe Lagos tem acompanhado as demandas das Monitoras e esteve em Tamoios em duas ocasiões para acompanhar as reuniões entre as trabalhadoras e a Seme. O sindicato também protocolou pedido de audiência com a secretária Elicéa da Silveira para continuar as negociações.

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Monitoras reunidas em Assembleia na última quarta (16), na Sala de Leitura do C.E.M. Prof.ª Marli Capp, em Unamar. Foto: Maria Raquel Rosa

É por estas razões que as Monitoras estão mobilizadas e decidiram em Assembleia realizada na última quarta-feira (16) que poderão deflagrar uma greve de 24h na segunda-feira (21) e um ato em frente a Seme de Tamoios, às 9h, caso a Prefeitura continue descumprindo acordos e ignorando as reivindicações das trabalhadoras.

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