Ato público da educação de Arraial do Cabo reuniu trabalhadores de diversas escolas

Nesta quarta (23) os trabalhadores da educação municipal de Arraial do Cabo estão de braços cruzados por 24h em defesa de várias pautas de reivindicação da categoria.

Durante a tarde eles realizaram junto ao Sepe Lagos um ato público que teve concentração na Casa do Educador (antigo cinema).

Confira no Flickr do Sepe Lagos a cobertura fotográfica da manifestação:

Com palavras-de-ordem, cartazes, faixas e distribuindo boletins informativos, os profissionais denunciaram a situação caótica que enfrentam nas escolas.

As auxiliares de creche deram um exemplo de coragem e organização. Estiveram em maior número reivindicando a redução da jornada semanal de trabalho para 30h, sem redução salarial e retirada de direitos.

Relataram no microfone aberto disponibilizado pelo sindicato os vários abusos cometidos pela Prefeitura, como as péssimas condições de trabalho, a falta de estrutura nas escolas, o salário rebaixado e o não pagamento de horas extras mesmo quando são forçadas e permanecerem em serviço além do horário.

Professores e demais profissionais administrativos também participaram do protesto denunciando a omissão da Prefeitura que se nega a avançar num diálogo democrático com a categoria. Exigiram uma revisão do PCCR que contemple todos os trabalhadores das escolas e que coloque fim ao tratamento desigual dos servidores que nelas atuam.

Foram lembrados os diversos casos de assédio moral e perseguição que fazem parte do cotidiano dos trabalhadores da rede municipal. Enfatizou-se o quanto isso tem se intensificado com o descumprimento pela Secretaria de Educação dos princípios da Gestão Democrática. Citaram como exemplos disso a não realização das eleições para direção e o não funcionamento dos conselhos escolares.

Também foram pontuados os vários ataques que a educação pública vem sofrendo não apenas em âmbito local, mas também nacionalmente. Foi lembrado o aumento da ingerência de agentes das grandes empresas privadas de educação em diversas esferas do poder público.

Um dos exemplos citados desta ingerência foi a recém estruturada equipe de transição do novo governo eleito, que reúne donos de conglomerados educacionais privados e organizações empresariais como o “Todos Pela Educação”, principais interessados no sucateamento e privatização da educação pública.

O protesto dos educadores de Arraial transitou em frente à Câmara Municipal e também à sede da Prefeitura. Contudo, foi alegado que o prefeito não estava presente e que não seria possível atender uma comissão de representantes do Sepe Lagos e trabalhadores da base da categoria naquela ocasião. Entretanto, um assessor do Gabinete do Prefeito, disse que Marcelo Magno agendará uma reunião com representantes do movimento, sem dar previsão de quando isso irá ocorrer.

O sindicato formalizou junto à Câmara Municipal um pedido de utilização da tribuna parlamentar para dialogar com os vereadores sobre as demandas da educação. Também foi solicitada uma reunião com a Comissão de Educação da casa legislativa.

Os trabalhadores avaliarão as ações desta quarta e decidirão os próximos passos a serem tomados pelo movimento em assembleia do Sepe Lagos que será agendada e divulgada em breve.

A avaliação da direção colegiada do Sepe Lagos foi de que, apesar de não ter sido possível avançar nas negociações, a paralisação e o ato público tiveram impacto e encorajaram os trabalhadores engajados a intensificar o movimento. O sindicato tomará medidas junto aos profissionais da rede para aumentar a mobilização e a participação dos trabalhadores, superando o medo de perseguições e descontos salariais.

Fique atenta/o aos próximos comunicados da entidade nas redes sociais oficiais do Sepe Lagos e participe das próximas ações.