A recém empossada prefeita de Cabo Frio Magdala Furtado (PL) aceitou o pedido da direção colegiada do Sepe Lagos por uma audiência. O encontro foi agendado para a terça-feira (8), às 10h, no gabinete da prefeita. No mesmo dia, às 18h30, portanto após a audiência, o sindicato realizará uma assembleia online para discutir com sua base as avaliações deste primeiro diálogo.
O intuito do sindicato em buscar essa reunião é retomar as negociações em prol dos trabalhadores da educação. O finado gestor José Bonifácio (PDT) durante quase todo o período em que governou se negou a dialogar com o sindicato. Bonifácio só recebeu a direção do Sepe em duas ocasiões ao longo de mais de 2 anos.
Já a ex-secretária de educação Elicéa da Silveira atuou para fechar escolas, perseguir grevistas, ampliar a terceirização de setores da categoria e nada fez de concreto pela valorização salarial dos educadores. Coerente com esta postura, ao deixar o cargo redigiu uma carta dirigida exclusivamente às equipes diretivas das escolas agradecendo-as por tudo o que teriam feito, nas palavras da secretária, pelo seu “nome” e o do prefeito. Aos demais trabalhadores não disse nada, mostrando que atuou até seu último dia na pasta como uma espécie de coronel, ao estilo do prefeito.
Sob a administração autoritária de Bonifácio e Elicéa, que se diziam “trabalhistas”, a categoria sofreu muitos ataques. Foram eliminados direitos essenciais do Plano de Carreiras dos funcionários administrativos, como triênios e licenças prêmio. Os aprovados no concurso de 2020 enfrentam até hoje uma morosidade injustificável para tomar posse de seus cargos. Foi imposto o descumprimento da Lei do Piso Salarial do Magistério e uma política de desvalorização que teve seu ápice na ausência, até o momento, de reajuste dos salários de parte dos professores e da totalidade dos funcionários não docentes. Para piorar, os ex-gestores também se negaram a pagar direitos básicos como resíduos trabalhistas e enquadramentos por formação, dentre muitos outros.
Não podemos deixar de lembrar que a maioria da Câmara dos Vereadores atuou, até o momento, com uma assombrosa fidelidade ao governo para impor todos estes desmandos.
A direção do Sepe Lagos considera imprescindível que a recém empossada prefeita mude este rumo o mais rápido possível. As trabalhadoras e trabalhadores que atuam no chão das escolas não aguentam mais tanto descaso. No primeiro semestre deste ano os servidores chegaram ao limite de precisarem fazer paralisações para tentar demover os ex-gestores de sua política antipovo.
O sindicato espera que a nova prefeita tenha outra postura e que se mantenha aberta ao diálogo ao longo de todo o mandato. E que os trabalhadores da educação municipal, apesar de todas as humilhações, não percam a confiança em suas próprias forças para lutar, organizados junto ao sindicato com total independência frente aos patrões e aos governos, por uma verdadeira valorização e contra a eliminação de direitos.
Leia o ofício protocolado pelo Sepe Lagos solicitando o agendamento da audiência:
https://sepelagos.org.br/wp-content/uploads/2023/07/OF_SEPE_112_2023-PREFEITURA-CF.pdf
Inscreva-se para a assembleia online desta terça (8): https://bit.ly/cabofrio0808
Conceiçao Maria DO Nascimento diz
Ohhh minha Prefeita querida , precisamos tanto do enquadramento tão prometido por Bonifácio, se fizer isso por nossa classe , ganhará total apoio dos professores e profissionais da Educação!
Izabel M M da Costa diz
Conforme acabei de ler no Ofício, o SEPE continua só falando nos professores,esquecendo sempre dos funcionários que também são da educação e não são citados. Como nossos reajuste, e também nosso enquadramento, pois tenho faculdade em Administração e pós em Educação e meu processo foi indeferido. Porque? Não sou professora, sou Inspetora de Alunos!
Imprensa Sepe Lagos diz
Boa tarde, Izabel! Há vários pontos da pauta da reunião que dizem respeito a todos os profissionais da educação. Exemplos, os itens 2 (abonos de faltas por greve), 3 (reajuste salarial), 7 (convocação de concursados), 8 (pagamento de resíduos trabalhistas) e 9 (fim do processo de terceirização que tornará o trabalho e a remuneração dos AGS ainda mais precários). Leia com atenção o documento. E participe das plenárias e assembleias do sindicato, lá todos os trabalhadores das escolas podem propor pautas de reivindicação, podem solicitar participação nas comissões de negociação, podem propor campanhas por demandas específicas, podem pedir apoio em processos na Seme, etc. Enfim… O Sepe somos todos nós trabalhadores da educação e sempre pauta os direitos de todos os setores.