A direção colegiada do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro – Núcleo Lagos (Sepe Lagos) expressa sua profunda solidariedade à classe trabalhadora e ao povo pobre da Argentina. Neste dia 24 de janeiro, em unidade, eles protagonizam uma greve geral contra as políticas desumanas do governo de extrema direita liderado por Javier Milei, do mal chamado partido Libertad Avanza.
Entendemos que a greve geral é uma resposta legítima e necessária diante das condições dramáticas enfrentadas pelos trabalhadores argentinos, que lidam com uma das maiores taxas de inflação do mundo (mais de 200%). Longe de resolver este problema, o governo de Milei tem promovido medidas que atacam diretamente os direitos sociais e trabalhistas, agravando as condições de vida da classe trabalhadora.
Destacamos a importância de todos os trabalhadores brasileiros, incluindo os da educação, compreenderem os motivos da adesão dos argentinos a essa luta histórica. São duas as razões principais:
1 – O Decreto de Necessidade de Urgência (DNU), cria um “estado de emergência pública” durante 2024, permitindo ao presidente promover um severo ajuste fiscal de 5% do PIB, liquidando programas sociais e agravando o subfinanciamento em áreas como educação, saúde, cultura e habitação.
2 – A chamada “Lei Ônibus”, que recebeu esse apelido por ter mais de 600 artigos que impõem uma mudança radical no sistema político, econômico e social. Dentre incontáveis outros ataques, a lei transfere poderes quase absolutos para Milei, liquidando a Constituição e excluindo o parlamento de decisões fundamentais para o país. A lei promoverá privatizações, fuga de capitais, dolarização da economia, precarização do trabalho, isenção fiscal para grandes empresas pelos próximos 30 anos e o aprofundamento da dívida externa do país junto a órgãos como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Essas medidas, classificadas pelos argentinos como um verdadeiro “decretazo” autoritário, ameaçam inúmeros direitos sociais, trabalhistas e a estabilidade econômica da Argentina. Inserem um receituário econômico ultraliberal que servirá apenas para enriquecer ainda mais os bilionários e aprofundar a penúria dos mais pobres.
Em resposta, centenas de ativistas do sindicalismo combativo argentino se reuniram em 19 de janeiro na sede do sindicato da educação pública Ademys, em Buenos Aires, para organizar uma grande coluna independente na greve geral convocada pela CGT (Confederação Geral do Trabalho). Essa iniciativa marca o posicionamento de um amplo setor da classe trabalhadora argentina que aposta nas lutas, na organização popular e na sua independência política como meios concretos para impedir os ataques do governo.
Também é importante lembrar que os ataques que Milei pretende impor se dão sob uma absurda escalada repressiva. Patricia Bullrich, ministra da segurança, afirmou na última semana que o “protocolo anti-piquetes” voltará a funcionar e que “todo o possível” será feito para impedir o bloqueio de ruas, avenidas e rodovias pelos protestos grevistas. O governo ameaça os manifestantes com violência brutal, prisões, multas e cortes de direitos sociais. Mesmo assim, os trabalhadores não se intimidam e a organização da greve geral se intensifica a cada hora nos locais de trabalho e moradia.

Atos em solidariedade ao povo argentino acontecerão neste dia 24 em diversas cidades do mundo. Na capital fluminense está marcado um ato para as 14h em frente ao Consulado da República Argentina, na Praia de Botafogo. O Sepe-RJ participará com uma representação do sindicato.
A direção colegiada do Sepe Lagos se coloca ao lado dos lutadores argentinos, reafirmando seu compromisso com a luta internacionalista em defesa dos direitos da classe trabalhadora. É fundamental acompanharmos os acontecimentos com atenção e nos solidarizarmos com os muitos imigrantes argentinos que vivem em nossa região, são nossos companheiros de luta, e estão apreensivos com o futuro de seu país.
Sigamos o grande exemplo dos trabalhadores e do povo pobre argentino!
Vitória à Greve Geral deste 24 de janeiro! Se os argentinos vencerem, todos venceremos!
Abaixo Javier Milei e sua agenda de barbárie social, repressão e destruição de direitos!
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