8 de março, Dia da Mulheres, também poderá ser dia de greve da educação em Cabo Frio

Caso os salários de todos os profissionais da educação não estejam nas contas dos trabalhadores até o 5º dia útil deste mês, como manda a lei, haverá paralisação de 24h

Na noite de ontem (29/2), os trabalhadores da educação de Cabo Frio reuniram-se em uma assembleia virtual para debater questões vitais como reajuste salarial e cumprimento dos Planos de Carreira. A proximidade da data-base, fixada pela legislação municipal no mês de abril, elevou a importância desses temas para a categoria. Sob a administração de Magdala Furtado (ex-PL, recém filiada ao PV), a política de reajuste zero e o desmazelo com as carreiras têm prejudicado os profissionais, gerando descontentamento generalizado.

A pilantragem continua

A prefeita-empresária agora tenta se aproximar do campo dito “progressista”, mas tem se comportado como a pior das patroas. Ameaça deixar a categoria sem recomposição salarial por mais um ano, além de descumprir o Piso Nacional do Magistério, e manter congelado o Piso Municipal de Referência Salarial (PMRS, que rege a remuneração de todos os servidores). Além disso, se nega a pagar direitos basilares, como os enquadramentos por formação acadêmica e os resíduos trabalhistas.

Tudo sendo Furtado

Aumentando as preocupações, a Secretaria Municipal de Educação (Seme) anunciou, às vésperas da assembleia, que grande parte dos trabalhadores sofrerão com atrasos salariais e erros nos pagamentos deste mês. Esse aviso, de tom tenebroso, foi um verdadeiro gatilho para os traumas anteriores, quando administrações como as de Alair Corrêa, Marquinho Mendes e Adriano Moreno mantinham longos atrasos e escalonamentos salariais contra os servidores.

A justificativa apresentada pela secretária Rejane Jorge, culpando a “alta demanda” do início do ano letivo, foi um tiro que saiu pela culatra. Recebida com revolta, a desculpa apresentada pela Seme serviu somente para evidenciar ainda mais a incompetência da própria secretária e de seus subordinados diretos, como a secretária adjunta Maria Raquel Rosa.

Mulheres pela educação e a igualdade, contra a demagogia

Em resposta, os profissionais da educação decidiram, por unanimidade, realizar uma greve de 24 horas em 8 de março, caso os salários não sejam depositados até o prazo estipulado pela lei. Esta data foi escolhida estrategicamente por ser o 6º dia útil do mês e coincidir com o Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras. Além da greve, está previsto um grande protesto nesse dia, unindo os trabalhadores da educação a ativistas de diversos setores em sua luta por igualdade de direitos.

O Sepe Lagos protestará denunciando os ataques de Magdala e Rejane contra a educação, setor majoritariamente feminino. Os trabalhadores decidiram destacar que não basta que as duas se apresentem eleitoralmente como boas gestoras por serem mulheres: é preciso que elas valorizem as trabalhadoras e trabalhadores da educação e parem de prejudicar a população cabo-friense em prol de seus interesses e de seus aliados políticos.

Desmazelo com as escolas do município

Na assembleia, também foi discutida a necessidade urgente de melhorias nas condições estruturais das escolas, destacando problemas como infestações de pombos, falta de manutenção nas instalações elétricas, hidráulicas e de saneamento, e as questões de segurança estrutural dos prédios. Além disso, a situação dos auxiliares de classe e dos trabalhadores que aguardam posse pelo concurso de 2020 também foram assuntos debatidos.

O Sepe Lagos não se retira da luta!

A educação de Cabo Frio tem demonstrando cada vez maior insatisfação e busca soluções para suas demandas, mas a prefeitura continua ignorando o Sepe Lagos, minimizando suas ações de protesto, e não responde aos pedidos de audiência. A direção do sindicato reafirma que é preciso que os trabalhadores que ainda não se mobilizaram juntem-se aos que já estão na luta. Vitórias só serão alcançadas com participação massiva. O Sepe conclama aos profissionais para que acreditem em suas próprias forças. É preciso lutar e é possível vencer.

Confira as principais propostas aprovadas na assembleia:
  • Designar o professor João Cristóvão para substituir a representação dos docentes do 2º segmento na Comissão Coordenadora do Plano Municipal de Educação (PME).
  • Realizar visitas às escolas do 1º segmento para esclarecer que a recente adequação do piso nacional ao salário de parte dos docentes não tem relação com o reajuste salarial anual, que não foi implementado no ano passado e o governo ameaça seguir não aplicando em 2024.
  • Convencer os colegas de que é necessário agir até abril para evitar que a categoria amargue 2 anos sem recomposição salarial.
  • Circular o carro de som do Sepe Lagos, cada dia numa região da cidade, para ampliar a conscientização da população e da categoria.
  • Elaborar conteúdos direcionados à população cabo-friense, destacando os dois anos sem reajuste, enquanto os custos de vida aumentam e a arrecadação municipal bate recordes.
  • Utilizar o Geduca para ações de mobilização.
  • Disponibilizar um formulário para que os colegas enviem denúncias, com relatos, fotos e vídeos, sobre as condições de sucateamento das escolas.
  • Realizar um ato simbólico na sede do Ibascaf, para cantar “parabéns” pelo aniversário de 1 ano de desrespeito ao direito dos aposentados e pensionistas à paridade salarial com os trabalhadores da ativa.
  • Organizar o Comando de Mobilização para coordenar as atividades propostas.
  • Apoiar os procuradores concursados de Cabo Frio que tem sofrido com assédio moral, disparidade salarial em relação aos procuradores comissionados e limitações ao seu trabalho.
  • Nova assembleia virtual para avaliação das ações realizadas até o momento, agendada para a quinta-feira, 07/03, às 17h.

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