Festival Nosso Maio: educadores da Região dos Lagos celebraram a poesia, a música e a luta

Evento aconteceu na noite do sábado, na sede do Sepe Lagos, e foi prestigiado por diversos filiados do sindicato

No último sábado (18/5), a sede do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe Lagos), no bairro Guarani, em Cabo Frio, transformou-se em um vibrante mosaico cultural, político e festivo. O Festival Nosso Maio atraiu dezenas de trabalhadores da educação das escolas públicas da região e aposentados, proporcionando uma celebração animada e rica em significados. Com o mote do mês Dia dos Trabalhadores, o evento uniu lazer e consciência de classe.

Veja galeria no Flickr do Sepe Lagos com as melhores fotos do evento.
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Festival Nosso Maio
Fotos: Ricardo Malagori / Sepe Lagos

O festival começou no final da tarde com a exibição da animação “Maio, Nosso Maio”, uma produção do Estúdio Gunga premiada em 2013 na 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul como “melhor curta-metragem”. O filme conta de maneira lúdica e criativa a origem operária do 1º de Maio no século 19 e aborda a evolução das lutas da classe trabalhadora e de seus sindicatos ao longo da história.

Após o filme, que inspirou o nome do festival, houve um bate-papo poético sobre a relevância histórica e contemporânea das lutas da classe trabalhadora. A professora Luisa Barbosa, da rede municipal de Armação dos Búzios e da Rede Estadual, contribuiu brilhantemente para esse momento. Ela é uma reconhecida difusora de cultura e literatura na Região dos Lagos e uma das fundadoras do projeto Cidade Biblioteca.

Enquanto o aroma dos variados e deliciosos caldos se espalhava pelo ar, o coletivo Slam das Donas tomou conta do espaço. Formado exclusivamente por mulheres e pessoas LGBTQIA+, o grupo apresentou a dinâmica de um duelo de poesias, uma forma alternativa de difusão da arte em contraponto aos saraus elitistas e conservadores.

A professora Tatiana Silva e as jovens poetisas Joanna Borges e Jiseli Gaspar emocionaram o público com versos críticos, sensíveis e orgulhosamente marginais. Elas aqueceram o evento com uma batalha de declamações poéticas abordando temas que afligem a classe trabalhadora, especialmente as mulheres, como machismo, lesbofobia, racismo, exploração e o descaso dos Governos.

Na sequência, a arte e a poesia continuaram a vibrar, agora acompanhadas de riffs de guitarra. O professor roqueiro Márcio Augusto, exímio guitarrista e cantor, subiu ao palco. Filiado ao Sepe Lagos e integrante da rede municipal de Cabo Frio, ele trouxe o melhor do pop rock nacional, com interpretações enérgicas de sucessos do Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Titãs, Skank, Cazuza, Rappa, entre outros. Também vocalista da ascendente banda Dr. Law, Márcio criou uma atmosfera de pura felicidade e conexão entre os presentes.

O evento prosseguiu com sorteios de brindes. As crianças, com olhos brilhando, saltavam no pula-pula e se divertiam com brinquedos, jogos e material para desenho disponibilizados pelo sindicato. Todos dançaram com muita animação.

O festival foi uma expressão vibrante do calendário de eventos deliberado na última Assembleia Orçamentária do Sepe Lagos, realizada em 25 de março. Em meio a desafios financeiros, o Sepe Lagos tem investido na reforma de sua nova sede e na promoção de atividades que celebrem a união e a luta dos trabalhadores, não apenas uma vez por ano, mas em várias oportunidades.

O Nosso Maio não foi apenas um evento, mas uma celebração de resistência, arte e solidariedade. Em cada conversa, verso declamado e nota musical, ressoou entre os presentes o pulsar das lutas em defesa da educação pública e por justiça social para todos. Que venham as próximas confraternizações! Ao longo deste ano, haverá várias outras.

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