Comunidade do C. M. Rui Barbosa luta contra extinção e rejeita ensino integral compulsório

Pesquisa online foi criada pela comunidade para que os estudantes, seus familiares e professores se manifestem sobre a carga horária e formato da grade curricular

No mês de novembro, a comunidade do Colégio Municipal Rui Barbosa realizou duas manifestações em frente à prefeitura de Cabo Frio. Com a participação de alunos e professores, o movimento se opõe à extinção da escola e denuncia que o ensino integral compulsório, imposto pela Secretaria Municipal de Educação (Seme), tem contribuído para o esvaziamento da unidade. Isso ocorre porque a grade curricular atual, com cerca de 1.400 horas, é completamente incompatível com a realidade das famílias dos alunos e com a própria estrutura onde a escola funciona.

Os estudantes reclamam que precisam de uma grade que os permita conciliar os estudos com trabalho, estágio, cuidado de familiares com necessidades especiais, prática de esportes ou atividades físicas, participação em projetos artístico-culturais, cursos profissionalizantes ou preparatórios para concursos, etc. Implantada sem consulta à comunidade e com caráter compulsório, a atual carga horária de disciplinas os impede de atender essas demandas e tem desestimulado novas matrículas na escola, com o governo insistindo em ignorar as necessidades reais do público atendido para dessa forma avançar com seu plano de fechar o C. M. Rui Barbosa.

Pesquisa online: é a comunidade quem deve decidir!

O secretário de Educação, Rogério Jorge, que vive seus últimos dias no cargo, entretanto, tem atuado no sentido oposto. Nas reuniões com a comunidade ele afirma que o governo Magdala (PV) não tem intenção de liquidar o colégio, mas ao mesmo tempo insiste em manter uma grade curricular que tem desidratado a instituição de forma cruelmente planejada.

Um longo histórico de resistência
Mobilização da comunidade do Rui Barbosa em fevereiro de 2020.

O Colégio Rui Barbosa é conhecido pela sua história de luta contra a sua extinção. Não atoa popularizou na cidade o bordão “Rui resiste!”, que estampa um dos murais mais bonitos de Cabo Frio, situado no Centro do município, na fachada da escola. Não é a primeira vez que a comunidade escolar enfrenta ameaças de extinção ou mudanças prejudiciais à formação dos alunos e às vidas de suas famílias.

Em 2014, houve protestos contra uma proposta de fechamento da unidade, e, em 2019, o colégio novamente esteve na mira de reestruturações que poderiam impactar negativamente sua função como espaço de educação pública. Em todas as ocasiões, o que garantiu a manutenção da escola foi a resistência coletiva dos estudantes, seus familiares e de trabalhadores da unidade. Com um histórico de enfrentamento e mobilização, a comunidade do Rui Barbosa segue reafirmando seu papel como uma instituição pública defensora do direito universal a um ensino médio público, crítico e de qualidade, que atenda à realidade de vida dos seus estudantes. O Sepe Lagos desde sempre é um parceiro dessa luta justa e necessária.

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