O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro – Núcleo Lagos (Sepe Lagos) repudia as demissões arbitrárias das cozinheiras terceirizadas do Colégio Municipal Paulo Freire, em Búzios. Após 14 dias sem salário, essas trabalhadoras decidiram aderir a uma greve de um dia, acompanhando uma mobilização da rede municipal. No entanto, apenas as cozinheiras do Paulo Freire paralisaram efetivamente suas atividades. A ação surtiu efeito e o pagamento foi liberado às 15h do último dia 14/4. No entanto, ontem (15), após retornarem ao trabalho e prepararem a refeição para a comunidade escolar, todas elas receberam cartas de demissão em retaliação à greve.
Essas profissionais foram as únicas a se levantar contra o atraso salarial, demonstrando coragem diante de um cenário de completo descaso. A empresa responsável, AMX Comércio e Representações – EIRELI, apesar de se beneficiar com contratos milionários junto a diversas prefeituras da Região dos Lagos, tem como sede uma minúscula casa na periferia de Araruama e um histórico de escândalos e práticas que ferem direitos trabalhistas, como atrasos salariais constantes e calotes a fornecedores e prestadores de serviços.
As demissões na AMX revelam a face cruel da terceirização: fragilização de vínculos, desresponsabilização do poder público e perseguição implacável a quem ousa lutar. O silêncio do prefeito Alexandre Martins (Republicanos) e da maioria dos vereadores, aliado à manutenção impune do contrato com a empresa infratora, configura cumplicidade institucional com essa violência trabalhista.
O Sepe Lagos exige a imediata reintegração das cozinheiras demitidas e o fim dos atrasos salariais e qualquer outro tipo de abuso, como assédio moral e perseguição.
Em 2022, ainda em seu primeiro mandato, o prefeito Alexandre afastou as cozinheiras concursadas das escolas, prometendo melhores condições em outros setores da Prefeitura. Essa manobra foi o primeiro passo para extinguir seus cargos e barrar novos concursos e processos seletivos para o setor, abrindo caminho para a terceirização. Na época, o Sepe Lagos alertou os trabalhadores sobre os riscos dessa política e convocou a resistir à sua implementação. Infelizmente, a gravidade do problema não foi plenamente compreendida pela categoria. O cenário atual é consequência direta dessa decisão.
Os trabalhadores terceirizados e todos os servidores municipais não podem se calar diante de tais abusos. É preciso seguir o exemplo da grande greve dos trabalhadores terceirizados da educação de Belo Horizonte (MG), que em fevereiro deste ano lutaram com bravura por reajuste salarial, fim da escala 6×1 e condições dignas de trabalho.
A luta das cozinheiras escolares e demais terceirizados de Búzios integra uma resistência maior contra a precarização do trabalho na educação e em outros serviços públicos. A política de precarização do trabalho, desvalorização salarial e terceirização não vai parar aonde está. O projeto dos governos é impor retrocessos em todos os setores das escolas, das cozinhas ao magistério. Conclamamos servidores, estudantes, responsáveis e toda a população buziana a se somarem em solidariedade a essas trabalhadoras demitidas.
• Pela imediata reintegração das cozinheiras demitidas! Lutar não é crime!
• AMX, basta de calotes e desrespeito!
• Lutemos juntos, todos os trabalhadores da educação, por valorização e direitos!
• Abaixo a terceirização que nos humilha, precariza e divide!
Direção Colegiada do Sepe Lagos
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