Como se não fosse responsável pelo caos vivido na educação municipal de Cabo Frio, a prefeita e candidata à reeleição Magdala Furtado (PV) resolveu citar em sua propaganda eleitoral na televisão uma matéria do portal do Sepe Lagos. O conteúdo, publicado em 29 de abril deste ano, denunciava a postura do então deputado estadual Serginho Azevedo, agora candidato a prefeito do bolsonarista PL, que junto a outros 49 deputados ajudou o governador Cláudio Castro, seu padrinho político e correligionário partidário, a ampliar o número de contratos temporários na rede estadual de ensino.
O cinismo da campanha de Magdala é inacreditável. Na semana passada a prefeita atuou para criminalizar a greve dos trabalhadores das escolas, após se recusar a encaminhar à Câmara Municipal a proposta da categoria para um novo Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR) que contemple todos os servidores que atuam na educação. Ela mantém os servidores há 2 anos sem reajuste salarial, descumpriu o piso do magistério durante a maior parte de sua estada no Executivo e ignorou o direito à paridade salarial dos aposentados e pensionistas. No apagar das luzes de seu governo, Magdala e o secretário de educação nepotista Rogério Jorge, irmão da ex-secretária Rejane Jorge, tentam impor a terceirização ilegal e superfaturada da alimentação escolar, entregando as cozinhas das escolas para empresários do Espírito Santo, estado de onde a prefeita estranhamente tem recebido muito apoio político.
Com Magdala as escolas, sobretudo nas periferias da cidade, enfrentam graves problemas de infraestrutura. A prefeita, em 2023, não investiu o mínimo constitucional de 25% dos recursos da prefeitura na educação pública. Preferiu usar o dinheiro da educação para fazer farra com cargos comissionados, contratos temporários e supersalários. Estes, impulsionados com artifícios como as “TIDEs” (Gratificação por Tempo Integral de Dedicação Exclusiva), descumprindo determinação do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ).
A denúncia feita à época pelo Sepe Lagos contra o atual rival da prefeita, Serginho, é real e mostra que entre Magdala e ele há muito mais semelhanças do que diferenças. Ambos atuaram a serviço do mesmo partido bolsonarista. Ambos se apoiaram no neofascismo para se promoverem. Ambos apoiam políticas de eliminação de direitos dos servidores e privatização da educação pública. Ambos usam recursos públicos para favorecer aliados políticos com cargos e privilégios. Ambos defendem os interesses de grandes empresários e recebem financiamento patronal para impulsionarem suas campanhas.
A citação do conteúdo do Sepe Lagos pela campanha da prefeita é só mais uma das muitas práticas oportunistas da candidata. É hilário que a equipe de comunicação da prefeita não perceba que essa ação causa efeito contrário. Ao chamar a população a conferir o portal do Sepe Lagos, ela promove denúncias contra seu próprio governo decadente, pois diferente das burocracias sindicais que se mantém no imobilismo, abandonando os servidores à própria sorte, o Sepe Lagos é um sindicato independente que não se cala frente ao descaso de nenhum governante.
A direção colegiada do Sepe Lagos recomenda a todos os trabalhadores das escolas que votem no dia 6 de outubro com total independência política frente a todos candidatos, analisando detalhadamente suas propostas e não apoiando políticos que atacam a educação pública e os direitos dos servidores.
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